domingo, 6 de setembro de 2009

O Vermelho e o Branco

"Paulo, você é tão comuna que seu filho vai ser ponta-esquerda do América!"

A previsão, feita ao meu pai por um amigo gozador, cumpriu-se em parte. Chuto com a canhota e tive lá minhas pequenas glórias amadoras na ponta-esquerda. E por volta dos 13 anos, me tornei, sim, um fanático torcedor do América Football Club.

A empolgação se justificava. Em 1974, o Mequinha tinha o melhor time do Rio. A escalação repito agora sem esforço: Rogério, Orlando, Alex, Geraldo e Álvaro; Ivo, Bráulio e Edu; Flecha, Luisinho e Gilson Nunes. Um 4-3-3 arrasador que conquistou a Taça Guanabara e disputou as finais dos dois outros turnos, deixando escapar o título no triangular decisivo, para o Flamengo, um time de garotos com Zico, Júnior, Leandro, Geraldo e outros. O resto da história todo mundo conhece.

Quanto ao fervor comunista, esse durou bem menos que a paixão pelo América. Na década de 1980, filiei-me ao PCB, na Escola de Comunicação da UFRJ - éramos chamados pejorativamente de "reformistas" - e um ano foi o tempo que durou essa experiência. Ao contrário da maioria dos "companheiros", eu já trabalhava para me sustentar e, justamente por isso, acabei me tornando banco de alguns espertos, emprestando dinheiro que nunca mais vi. Fui devidamente expropriado.

Hoje, tanto o América como o Comunismo soam anacrônicos. A diferença é que pelo América mantenho aquela paixão adormecida, esperando para aflorar assim que surgir um time decente.

Quem sabe, com Romário, agora vai...


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